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Title: Janelas de leitura: rede Cachoeiras de Letras de bibliotecas comunitárias no Amazonas
Other Titles: Reading Windows: Cachoeiras de Letras network of community libraries in Amazonas
Keywords: Educação - Amazonas;Biblioteca - Administração;Biblioteca - Aspectos sociais;Bibliotecas comunitárias;Education - Amazonas;Library - administration;Library - social aspects;Community libraries
Issue Date: 31-Dec-2021
Publisher: Universidade do Estado do Amazonas
metadata.dc.description.resumo: APRESENTAÇÃO. Quem olha pela janela da leitura de forma apaixonada lembra logo da poesia de Vinicius de Moraes quando ele reflete que a vida é mesmo uma arte que se fortalece no encontro. Essa paixão pela leitura reúne o livro, o autor e muitos, muitos leitores. Impossível estar com o livro sozinho, parado, porque livro é objeto que inquieta e nos leva a um outro desconhecido, diferente de nós. Por isso, essa paixão é melhor compreendida quando a colocamos em prática e a expandimos por toda a comunidade. Às vezes, basta um leitor olhar mais atentamente para o lado que surge outro leitor e outro livro e vários espaços de leitura que antes estavam invisíveis para nós. Assim, tornamos visíveis espaços antes esquecidos ou apagados porque, como afirma Manguel (2014)1 , passamos a compreender que “[n]ós habitamos o espaço da Terra através da multidão de idiomas que frequentamos”, dos livros que lemos, das histórias que ouvimos e contamos, neste interminável tempo da narrativa e da enunciação e a partir da constituição da memória, já que a “biblioteca de cada um de nós está na identidade individual, criada pelo que pensamos que somos e por nosso palimpsesto de recordações – episódios, personagens, frases, palavras” (MANGUEL, 2014). Essa biblioteca se constrói pelos encontros que temos em espaços de variadas dimensões e pluralizados pela diversidade dos seus acervos que se dá por equações múltiplas, porque não é preciso visitar a biblioteca de Alexandria – a que deve conter todos os livros do mundo – para alcançar a experiência da leitura plena de sentidos, é preciso tornar essa experiência, seja ela individual ou coletiva, em um ato singular capaz de atravessar as nossas biografias que serão partilhadas ao longo de nossas vidas. Assim, o projeto cultural Criação da Rede de Bibliotecas Comunitárias de Presidente Figueiredo nasceu da inquietação em saber que existem muitas pessoas praticando a leitura, mas sem dialogarem entre si. Desse modo, ao descobrirmos bibliotecas no município de Presidente Figueiredo, no Amazonas, e, por considerarmos suas existências tão importantes, foi que as idealizamos em rede. Nesse encontro entre livro, leitura, literatura, bibliotecas, mediadores de letramentos e saberes diversos surge a Rede Cachoeiras de Letras. Para isso, fomos também procurar quem já estava reunido no sentido da biblioteca e da comunidade no Brasil e encontramos a Rede Amazônia Literária, braço norte da Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias. Muito sábia nos chegou de lá do Pará a contadora de histórias Joana Chagas, da Biblioteca Bombomler, integrante da Rede Amazônia Literária (PA). Já entre nós, recitou um texto de Valter Hugo Mãe no primeiro encontro com os idealizadores das bibliotecas comunitárias mapeadas no projeto, o que será apresentado no primeiro texto deste e-book, em um breve Registro de Memórias. O escritor português ressalta que “as bibliotecas deviam ser declaradas da família dos aeroportos, porque são lugares de partir e de chegar. os livros são parentes diretos dos aviões, dos tapetes-voadores ou dos pássaros” (MÃE)2 . O autor também nos lembra, de forma poética e sensível, que “todos os livros são infinitos. Começam no texto e estendem-se pela imaginação. Por isso é que os textos são mais do que gigantescos, são absurdos de um tamanho que nem dá para calcular” (MÃE). E, nessa infinitude, as leituras associadas às experiências humanas são construídas diariamente, ressignificadas pelo ato único do momento do acontecimento que se repete por tantas e tantas vezes quanto os livros possam durar, mesmo que os leitores assumam o seu papel de viajantes, de passagem ou de adeus. Por isso, o movimento que fazemos parece-nos imprescindível. Expandimos a rede até você, a muitos outros leitores(as) e às bibliotecas que venham ampliar esses fios tecidos agora. Fazemos isso por meio das ações envolvidas no projeto e dos registros vividos neste material que ora apresentamos. Este e-book é resultante do I Encontro de Assessorias, promovido pelo projeto cultural Criação da Rede de Bibliotecas Comunitárias de Presidente Figueiredo, dando origem a um movimento de interação entre profissionais que lidam diretamente com áreas importantes para as bibliotecas, mas muitas vezes deixadas de lado, tais como advogados, economistas, administradores e comunicadores sociais. Na nossa concepção, uma biblioteca é um local de trabalho que envolve gestores, mediadores, bibliotecários, assistentes, professores e muitos leitores, ou seja, um negócio educativo e social que pode gerar muitos empregos e criar uma economia mais solidária e criativa para suas comunidades. O I Encontro de Assessorias aconteceu de forma virtual, por meio da plataforma Google Meet, no primeiro semestre de 2021, como parte inicial do projeto que envolveu os idealizadores das bibliotecas Casa da Cultura do Urubuí, Paulo Freire, Portal da Cultura Munguba, Centro Cultural Zé Amador e BambuLER; alguns estudantes do Núcleo de Estudos Superiores de Presidente Figueiredo da Universidade do Estado do Amazonas (NESPF/UEA), e convidados da Rede Amazônia Literária, durante 3 dias que foram dedicados a cada uma das assessorias: marketing social, administrativo-financeira e jurídica. Esse encontro gerou este livro que aborda alguns temas levantados em torno da gestão de bibliotecas comunitárias, pontos estratégicos para o fortalecimento de suas ações com a comunidade, tendo em vista futuras parcerias com o poder público e privado, buscando o reconhecimento como entidades que prestam serviços primordiais de utilidade pública à população, ajudando a garantir direitos por meio da democratização do acesso à informação, à cultura e à educação e, consequentemente, maior exercício da cidadania de seu público. O e-book abre com um primeiro texto que registra as memórias dos projetos que culminaram na construção da Rede Cachoeiras das Letras, produzido por Fátima Souza e Raquel Lira. Em seguida, encontramos três seções compostas de perguntas e respostas referentes a cada uma das assessorias. Cada seção foi elaborada a partir de um processo de construção de perguntas que objetivam traçar um caminho estrategicamente sequenciado e organizado para responder às necessidades de cada assessoria. Desse modo, as respostas foram coletadas em sites diversos da internet e devidamente referenciadas. Isso não significa simplesmente que a maioria das informações presentes nestas assessorias está disponível na rede, mas significa, em especial, que é preciso fazer uma seleção apurada de informações, adicionar observações faltantes, eliminar o desnecessário e, principalmente, fazer as perguntas certas para encontrar as respostas mais adequadas. Isso é sinônimo de pesquisa, seja ela realizada nas estantes das bibliotecas ou nas diversas páginas da internet. Por isso, a reunião dessa informações passou pelo crivo de suas autoras e agora está disponível para você, leitor, em um único lugar. A primeira parte foi dedicada à Assessoria de Comunicação, com reflexões reunidas por Arylanne Lopes, assistente social e gestora cultural, sobre o marketing social e a importância de cada biblioteca ter um plano de comunicação que divulgue as ações por meio digital para aproximação com um público amplo e diverso. A segunda parte está dedicada à Assessoria Administrativo-Financeira, organizada por Graça Anselmo, administradora e gestora cultural, que nos convida a pensar os processos organizacionais da biblioteca e refletir sobre a importância de traçar metas e executar um plano estratégico de ações por meio da visão e dos valores de cada uma. A terceira e última parte está dedicada à Assessoria Jurídica que foi organizada pela advogada Ludmila Ipiranga para sanar uma série de dúvidas sobre os aspectos jurídicos ligados às instituições culturais, 7 pensar sobre os nossos direitos e deveres e promover o alcance de nossas ações, criando relações formais com o poder público e privado. Assim, acreditamos ter abordado tópicos iniciais e primordiais para uma boa gestão, a fim de firmar ações em rede para ampliar o alcance desse movimento em prol do livro, da leitura, da literatura e das bibliotecas. Além de termos criado laços, estamos fortalecendo os vínculos e as interações entre os colaboradores das bibliotecas integrantes dessa rede em formação no Amazonas, considerando-se as atividades já realizadas nesses espaços que impactam de forma significativa a sociedade na qual estão inseridos. Esperamos, neste movimento, registrar nossas memórias e contribuir para a história viva das bibliotecas e daqueles que, como nós, inspirados em Valter Hugo Mãe, entendem que ler, mesmo que na biblioteca, significa “mudar para o outro lado do mundo ou para outro mundo, do avesso da realidade até ao avesso do tempo”. Desse modo, mesmo que bibliotecas não se importem em nos ver viajar fora delas, tampouco podemos deixar de compreendê-las como espaço-mundo, como espaço-história, como espaço-vida. A nossa, a de outros, solitária e solidariamente.
Abstract: Presentation. Anyone who passionately looks through the window of reading immediately remembers the poetry of Vinicius de Moraes when he reflects that life really is an art that is strengthened by encounter. This passion for reading brings together the book, the author and many, many readers. It's impossible to be with the book alone, standing still, because the book is an object that unsettles us and takes us to another unknown, different from us. That's why this passion is best understood when we when we put it into practice and spread it throughout the community. Sometimes, all it takes is for a reader to that another reader and another book appear and various reading spaces that were previously invisible to us. spaces that were invisible to us before. In this way, we make visible spaces that were previously forgotten or erased because, as Manguel (2014)1 we come to understand that "[w]e inhabit the space of the Earth through the multitude of languages we use", the books we read, the stories we hear and tell, in this stories we hear and tell, in this endless time of narrative and enunciation and from the constitution of memory, since the "library of each one of us lies in our individual identity, created identity, created by what we think we are and by our palimpsest of memories - episodes, characters, phrases, words" (MANGUEL, 2014). This library is built by the encounters we have in spaces of varying dimensions and pluralized by the diversity of its collections, which occurs through multiple equations, because you don't have to visit the library of Alexandria - the one that should contain all the books in the world - to the experience of reading full of meaning, it is necessary to turn this experience, whether individual or collective, into an individual or collective, into a singular act capable of traversing our biographies that will be shared throughout our lives. that will be shared throughout our lives. Thus, the cultural project Creation of the Community Library Network of Presidente Figueiredo was born out of the concern that there are many people practicing reading, but without dialoguing with each other. Thus, when we discovered libraries in the municipality of Presidente Figueiredo, in Amazonas, and because we considered their existence so important, we idealized them as a network. In this encounter between book, reading, literature, libraries, literacy mediators and diverse knowledge, the Cachoeiras de Letras Network. To this end, we also looked for those who were already working together in the library and community sense in Brazil and found the Amazônia Literary Network, the northern arm of the National Network of Community Libraries. The storyteller Joana Chagas, from the Bombomler Library, a member of the Literary Amazon Network (PA). Already with us, she recited a text by Valter Hugo Mãe at the first meeting with the creators of the community libraries community libraries mapped in the project, which will be presented in the first text of this e-book, in a brief Memoir. The Portuguese writer points out that "libraries should be declared part of the airport family, because they are places of departure and arrival. Books are directly related to airplanes, flying carpets or birds" (MOTHER)2 . . The author also reminds us, in a poetic and sensitive way, that "all books are infinite. They begin with the text and extend through the imagination. That's why texts are more than that's why texts are more than gigantic, they're absurd in a way that you can't even calculate" (MOTHER). And in this infinitude, readings associated with human experiences are constructed on a daily basis, re-signified by the unique act of the moment of the event, which is repeated as many and as many times as the books can last, even if the readers assume their role as of travelers, passing through or saying goodbye. This is why the movement we are making seems essential. We expand the network to you, to many other readers and to the libraries that come to extend these threads woven now. We are doing this through the actions involved in the project and the records we have lived through in this material we present here. This e-book is the result of the First Advisory Meeting, promoted by the cultural project Criação da Rede de Bibliotecas Comunitárias de Presidente Figueiredo, giving rise to a movement of interaction between professionals who deal directly with areas that are important to libraries, but often overlooked, such as left out, such as lawyers, economists, administrators and social communicators. communicators. The way we see it, a library is a workplace that involves managers, mediators, librarians, assistants, teachers and many readers, in other words, an educational and social business that can generate many jobs and create a more supportive and creative economy for its communities. economy for their communities. The First Advisory Meeting took place virtually, using the platform, in the first half of 2021, as an initial part of the project that involved the creators of the libraries Casa da Cultura do Urubuí, Paulo Freire, Portal da Cultura Munguba, Centro Cultural Zé Amador and BambuLER; some students from the Núcleo de Núcleo de Estudos Superiores de Presidente Figueiredo da
URI: http://repositorioinstitucional.uea.edu.br//handle/riuea/5664
ISBN: 97865353310
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